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Ganhou, Mané?
Alexandre de Moraes, zeloso defensor da ordem, não hesitou em cravar sua espada implacável de justiça, sentenciando a acusada Débora Rodrigues dos Santos e o seu batom a singelos 14 anos de prisão. Afinal, como tolerar um batom criminoso à solta, ameaçando nossos valores democráticos enquanto traficantes e políticos corruptos dormem tranquilos em casa, amparados pela confortável coberta das decisões judiciais?
Por Luiz Lunardelli
Publicado em 22/03/2025 07:25
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 Por Luiz Lunardelli

No Brasil, país do carnaval, do futebol e da justiça criativa, assistimos atônitos ao mais recente episódio da série: "Crimes Hediondos que Nem Sabíamos que Existiam". Desta vez, o crime macabro foi cometido pela cabeleireira Débora Rodrigues Santos, perigosa insurgente armada até os dentes com seu batom vermelho assassino, que ousou rabiscar um ameaçador "Perdeu, mané" numa estátua de pedra na frente do STF em Brasília.

Sim, Débora poderia ter escolhido algo realmente leve e perdoável, como desviar bilhões dos cofres públicos, guardar dinheiro ilícito na cueca ou talvez comandar redes de corrupção política que nos renderam centenas de episódios inesquecíveis na Operação Lava Jato. Mas não. Ela escolheu o crime supremo: a perigosa e subversiva "Pixação com Batom".

Alexandre de Moraes, zeloso defensor da ordem, não hesitou em cravar sua espada implacável de justiça, sentenciando a acusada Débora Rodrigues dos Santos e o seu batom a singelos 14 anos de prisão. Afinal, como tolerar um batom criminoso à solta, ameaçando nossos valores democráticos enquanto traficantes e políticos corruptos dormem tranquilos em casa, amparados pela confortável coberta das decisões judiciais?

Enquanto isso, na Pátria Amada, continua valendo o velho lema: roube, mas roube muito; desvie, mas seja influente; trafique, mas tenha bons contatos. Pois para estes crimes graves há sempre uma caneta amiga pronta a assinar habeas corpus relâmpagos, prescrições milagrosas ou aquele providencial esquecimento judicial. Porém, se o seu crime é decorar patrimônios culturais com frases zombeteiras ( usadas para gozar dos bolsonaristas pelo  ministro Luis Roberto Barroso, presidente do STF)  usando cosméticos, prepare-se para enfrentar todo o rigor da lei.

Nessa lógica impecável da justiça tupiniquim, fica o ensinamento para futuras gerações: cuidado com seus batons, sprays e pincéis! Se quiserem cometer delitos seguros, procurem ser deputados, senadores ou empresários abonados. Aí sim, poderão gozar da liberdade plena com direito a selfie, hashtag e até entrevista coletiva dizendo-se "vítimas perseguidas".

Portanto, Débora, você cometeu dois erros fatais: escolheu mal sua arma e escolheu pior ainda suas amizades. Fica a dica para a próxima tentativa revolucionária: menos maquiagem e mais mala de dinheiro.

 

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