Votos, Influências e a Democracia em Xeque
Em Santa Catarina, a política ganha novos contornos, e não é de tinta fresca. Dr. Fábio de Souza Trajano, biguaçuense de berço e bom de votos, foi o mais votado na eleição interna para ocupar o honroso cargo de Procurador-Geral de Justiça. Foram 292 votos, um número que, em tempos normais, deveria falar mais alto que o eco de bastidores obscuros. Mas, parece que, no reino encantado da política, o voto pode ser só um detalhe... daqueles que se deixam de lado quando não convém.
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Publicado em 12/03/2025 por Luiz Lunardelli

 

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Por Luiz Lunardelli

Preocupado com a possibilidade de Trajano ser preterido por alguma "mão invisível" do destino - ou quem sabe por mãos bem visíveis de certos interesses - o vereador John Kennedy Lara da Costa (Podemos) levantou sua espada (ou melhor, sua Moção de Apoio) e, numa cruzada unânime, garantiu apoio ao conterrâneo. Afinal, por mais de 30 anos, a tradição foi respeitar o voto majoritário na escolha do Procurador-Geral. Respeito esse que, agora, parece estar mais vulnerável do que guarda-chuva em vendaval.

E o próprio governador Jorginho Melo? Ah, este já foi um exemplo de respeito à democracia, ao nomear, no início de seu mandato, o mais votado para o mesmo cargo. Seria, portanto, uma virada de 180 graus agora? Ou o espírito democrata do governador se encontra em recesso?

Enquanto isso, em Brasília, a deputada federal Caroline de Toni (PL) engrossou o coro, preocupada com sussurros de bastidores e com a temível "influência" que anda circulando. A história é daquelas que daria um bom enredo de série política: a segunda colocada na votação tem um marido que, vejam só, é Juiz Auxiliar do Ministro Fachin, do STF. E, não querendo ser maliciosa, a deputada apenas levantou a bola: será que essa "coincidência" está pesando na balança da escolha?

Caroline ainda lembrou algo crucial: a independência do Ministério Público é o que garante sua força contra a corrupção. E se o MP for manietado por influências externas, bem... melhor colocar uma placa na porta escrito "Em reforma para atender melhor os interesses alheios".

A situação é tão delicada que o pedido de apoio virou quase uma súplica: "Governador, por tudo que é mais democrático, não deixe que o voto majoritário seja apenas um enfeite no museu da história catarinense!" Afinal, se a vontade da maioria não for respeitada, talvez seja melhor substituí-la por um comitê de indicações misteriosas e laços nebulosos.

Fica o apelo: que o Governador Jorginho Melo seja fiel à história, à democracia e, por que não dizer, ao bom senso. Que não permita que Santa Catarina entre para a história como o estado onde o voto é um detalhe dispensável e onde a independência do Ministério Público é só um conceito bonito em livros de Direito. O povo de Biguaçu e de todo o estado agradece.

 

 

 

 

 

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