Se o critério é ser "diferente", quem sabe a próxima cota seja para quem escreve com a mão esquerda, para quem prefere sorvete de banana ou para quem sabe assobiar debaixo d'água. Aí, sim, teremos a revolução acadêmica completa!
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Por Luiz Lunardelli
Ah, a Universidade Federal de Santa Catarina! Sempre tão preocupada em inovar. E a última inovação foi nada menos que revolucionária: uma cota de 1% para pessoas trans em concursos públicos. Sim, porque se tem algo que vai transformar o Brasil em uma potência global, é garantir que exatamente 1% das vagas seja preenchido por um critério que, aparentemente, precisa de um GPS para localizar o mérito.
Vamos por partes. A Constituição Brasileira, aquela velhinha esquecida na prateleira da UFSC, diz que "todos são iguais perante a lei". Mas parece que alguns são mais iguais do que outros quando se trata de editais acadêmicos. Porque, agora, além de estudar, fazer especialização, doutorado e falar inglês, é melhor também ter o "certificado de minoria".
O senador Jorge Seif, claramente alguém que ainda acredita na estranha e antiquada ideia de "meritocracia", fez o pecado capital de dizer que vagas deveriam ser ocupadas por quem tem currículo, conhecimento e capacidade. Que heresia! Como ousa ele sugerir que, para ingressar numa universidade ou num cargo público, seja necessário algo tão básico quanto competência? Que absurdo colocar sabedoria acima de identidade!
O mais irônico? Não há dados estatísticos minimamente confiáveis para sustentar a necessidade dessa reserva de vagas. Mas, convenhamos, quem precisa de dados quando se tem boas intenções e a vontade irresistível de "lacrar" nas redes sociais? Afinal, a ciência pode esperar. O importante é a narrativa.
E para quem acha que essa política promove inclusão, fica a reflexão: como se garante igualdade tratando pessoas de forma desigual? Ou será que, para garantir a "justiça social", precisamos passar por cima da própria lógica? Nada mais "igualitário" do que dizer que uns merecem um empurrãozinho porque, bem... só porque sim.
No final das contas, o que realmente preocupa é o caminho perigoso dessa engenharia social maluca. Políticas que dividem, em vez de unir, e que criam mais muros do que pontes. E, claro, o verdadeiro mérito? Esse está ali, no cantinho, assistindo a tudo, com cara de quem não foi convidado para essa festa.
Mas tudo bem. Se o critério é ser "diferente", quem sabe a próxima cota seja para quem escreve com a mão esquerda, para quem prefere sorvete de pistache ou para quem sabe assobiar debaixo d'água. Aí, sim, teremos a revolução acadêmica completa!
Parabéns, UFSC! Sempre na vanguarda do absurdo.
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