Hoje quero dividir com vocês o sentimento de indignação de uma líder comunitária de 40 anos que escreveu para a Coluna relatando o seu drama. Ela conta que trabalhou para um certo candidato a vereador. Acomodem-se em suas cadeiras e peguem a pipoca, porque a política da cidade acaba de nos brindar com mais um episódio digno de novela mexicana – com direito a traição, lágrimas e, claro, uma boa dose de cara de pau.
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Por: Luiz Lunardelli
Pois bem, vejamos se entendemos essa obra-prima da esperteza eleitoral. Durante a campanha, nosso estimado (agora ex) vereador fez de tudo um pouco para convencer o povo de que ele era o salvador da pátria. Distribuiu abraços como se fosse o próprio Papa, pegou mais criança no colo do que um pediatra, prometeu mundos e fundos, e até fez aquele teatrinho clássico do "sou um de vocês, sofrido, honesto, batalhador". Tudo isso, claro, regado a aquele sorriso treinado no espelho e apertos de mão tão apertados que pareciam selar um pacto sagrado.
E então, o milagre das urnas aconteceu. O cidadão se elegeu com uma votação expressiva, um verdadeiro tsunami de confiança popular. Mas eis que, mal esquentou a cadeira do plenário, foi mordido pela famosa mosca azul do poder achando que poderia ser o futuro Prefeito da cidade nas próximas eleições. E, sem a menor cerimônia, sem nem um "muito obrigado, otários!", exigiu um cargo no Executivo, deixando seus eleitores e cabos eleitorais com cara de tacho.
“Agora, eu, que durante meses fiz plantão nas portas de cada casa do meu bairro, debaixo de sol e chuva, pedindo voto para esse fulano, me vejo com um sentimento misto de indignação e vergonha. Afinal, não era isso que estava combinado! Ninguém votou nele para ser secretário! Quem confiou nele para representar o povo na Câmara agora se pergunta: fomos enganados ou simplesmente usados como escada para a ambição desenfreada desse figurão?”, desabafa a ex-aliada, indignada.
Mas a vida tem suas ironias. Apenas uma semana após a sua brilhante troca de cargos, o novo secretário já está afundado até o pescoço em pedidos, exigências e cobranças de seus ex-colegas de plenário – que agora o veem como um caixa eletrônico ambulante. Mais de 300 pedidos chegaram à sua mesa em tempo recorde! Pois é, parece que a esperteza pode ter sido grande, mas o tombo está vindo à altura.
A verdade é que políticos com este perfil confirmam o que o povo já deveria ter aprendido: campanha bonita, sorriso fácil e promessas mirabolantes são o aperitivo perfeito para a grande ceia da decepção. E, os eleitores e cabos eleitorais enganados ficam chupando dedo e assistindo ao espetáculo de mais um político de ocasião.
Mas não se preocupem, meus caros! Em breve ele voltará pedindo votos de novo. E aí, será que teremos memória curta ou aprenderemos a lição? Fica a dúvida, mas fica também o recado: político traíra, a gente não reelege. Ou pelo menos não deveria!

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