O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu ontem (11) em Brasília mais de 20 mil prefeitos e gestores municipais para dizer que nenhum deles será discriminado por sua orientação partidária. Um gesto magnânimo, que, curiosamente, precisou ser reafirmado diante da desconfiança de alguns prefeitos que, aparentemente, se sentem menosprezados quando o governo federal não os olha com carinho especial.
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Por: Luiz Lunardelli
O encontro foi uma grande feira de oportunidades para as prefeituras: onde tem dinheiro esperando ser buscado, onde tem dinheiro precisando de um projeto, e onde o gestor pode "garimpar corretamente num garimpo que ainda tem muita coisa", como bem disse o presidente. A dúvida que paira no ar é: o prefeito de Biguaçu esteve presente com sua bateia, peneirando verbas federais para o município? Ou achou que essa corrida do ouro não valia o esforço? (N.R: Se ele foi, não houve divulgação oficial).
Biguaçu, aliás, já viveu tempos de bonança federal quando o prefeito Castelo, alinhado com a então presidente Dilma Rousseff, conseguiu trazer para o município nada menos que R$ 50 milhões em investimentos – valores da época, claro. Coincidência ou não, esse foi o maior aporte de recursos federais que a cidade já recebeu. O segredo? Aproximação política. Porque, ao contrário do que diz a teoria oficial, na prática, ter amigos certos nos lugares certos nunca fez mal a nenhuma cidade.
Se o prefeito de Biguaçu não foi ao evento de ontem, talvez tenha acreditado que a cidade já está com cofres cheios e que nenhum centavo federal faria diferença. Ou, quem sabe, apostou no orgulho de não precisar se misturar com quem controla o caixa, ou quem sabe foi mais uma das constantes cochiladas de seus assessores? Em todos os casos, uma decisão intrigante, já que outros 20 mil gestores municipais correram para os estandes montados no evento, buscando investimentos como se estivessem em um grande leilão de oportunidades.
Resta saber se, ao final do evento, Biguaçu continuará com os bolsos vazios ou se seu prefeito conseguiu encontrar um atalho para entrar no "garimpo" sem precisar pisar na lama. Enquanto isso, o governo federal segue anunciando que está de portas abertas para todos – mas quem não bate, não entra.

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